O mercado de trabalho está longe de fornecer boas novas. No primeiro trimestre de 2015, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), houve redução de cerca de 65 mil postos de trabalhos no país. Foram 4,96 milhões de contratações contra 5,03 milhões de desligamentos ou demissões. Para ter uma ideia comparativa no mesmo período de 2013 foram criados 264 mil e em 2014 foram criados 344 mil novos postos de trabalho.
No estado do Paraná o desempenho foi positivo no primeiro trimestre com um saldo de contratações de 25.461, entretanto bem abaixo da média dos dois últimos anos, que ficou em torno de 44 mil.
Esses dados nos dão sinais claros da desaceleração da economia brasileira.
Ainda repercutindo os dados do mercado de trabalho paranaense constatamos que no período de abril/2014 a março/2015 (12 meses), ocorreu um saldo líquido de 16.626 contratações. Porém na comparação com os anos anteriores a situação atual é preocupante. O saldo acumulado em 12 meses do mesmo período foi de 77.620 em 2014 e 75.024 em 2013.
Com as expectativas de retração da economia em 1,1% em 2015 e de crescimento fraco de 1% em 2016 combinadas com o aumento da taxa básica de juros (Selic), ocorrido recentemente, há uma forte possibilidade de um aumento do desemprego em 2015 e em 2016. Em março a taxa de desemprego ficou em 6,2% da população com idade para trabalhar. A maior taxa registrada nos últimos três anos. A própria Organização Internacional do Trabalho (OIT) já divulgou, em janeiro deste ano, que as expectativas são de que o Brasil tenha índices de desemprego de 7,1% e 7,3% em 2015 e 2016, respectivamente.
Um desemprego maior diminui a geração de renda que induz à uma redução do consumo das famílias. Consumo este que vem sendo o principal combustível que manteve o desempenho positivo da economia brasileira nos últimos anos. Com efeito, este evento retroalimenta a desaceleração da economia.
O governo anunciou que está elaborando um pacote de medidas para combater o desemprego. Resta saber quais serão essas medidas e quais as “mágicas” que tentarão “lançar mão” para poder frear a escalada do desemprego.
Neste momento econômico conturbado o mais confortável é ser cético com relação às ações do governo, mas temos que acreditar que possam ser concebidas medidas reais para reverter o quadro econômico que se encontra posto. Caso contrário todos sofreremos as consequências.
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