O crescimento econômico é o aumento da produção de bens e serviços produzidos anualmente no país, o Produto Interno Bruto (PIB). Uma outra forma de acompanhar esta evolução é através do PIB per capita, que nada mais é do que pegar o valor do PIB e dividir pela população total da região.
A crítica ao indicador do PIB per capita é que este ele não considera os aspectos distributivos, ou seja, não considera a concentração de renda, mas é comumente utilizado para diagnosticar a evolução econômica. Para se ter um crescimento do PIB per capita o crescimento econômico tem que ser maior do que o crescimento populacional. A partir disto se buscam implementar políticas de distribuição de renda e uma das formas mais eficazes de se promover isto é através do aumento real dos salários pagos.
Que nosso país não possui um PIB per capita dos melhores do mundo todos já sabemos, mas também temos que saber que a dinâmica da composição do tecido produtivo interno é heterogênea, o que leva a termos diferenças significativas de PIB per capita entre os estados e mesmo dentro de regiões. O PIB per capita brasileiro para o ano de 2019 ficou em R$ 35.162 em valores correntes. O de 2020 foi de R$ 35.265.
Os últimos dados disponíveis de PIB per capita para os municípios são do ano de 2019. Numa análise de cortes de municípios de nossa região (cross section), de cinco municípios analisados somente dois obtiveram valores superiores à média nacional: Arapongas ficou com o 75º PIB per capita do estado (R$ 40.422,28), Jandaia do Sul está na 112ª posição (R$ 36.347,92), Faxinal na 240ª posição (R$ 26.156,73), Ivaiporã na 246ª posição (R$ 26.016,33) e Apucarana na 254ª posição (R$ 25.602,65), dos 399 municípios do estado.
De acordo com os modelos de crescimento econômico é sabido que um nível de investimento alto leva a um PIB também elevado. Mas também existem estudos que apontam evidências empíricas de relação positiva entre o capital humano e o produto. Com efeito, regiões que apresentam uma elevada média de anos de instrução também apresentam altos níveis de PIB per capita. De forma mais direta podemos afirmar que pessoas que possuem mais escolaridade alcançam remunerações melhores. Isto nos arremete a atentar mais aos níveis de escolaridade de toda a sociedade e observarmos os dados sociais dos trabalhadores que se encontram empregados.
Dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) para o ano de 2020 apontam que 25,7% dos trabalhadores do mercado formal paranaense não possuíam o ensino médio completo. Nos municípios analisados de nossa região somente Ivaiporã apresentou indicadores melhores do que a média estadual: 20,7% dos trabalhadores do mercado formal não possuíam o ensino médio completo.
Sem sombras de dúvidas um dos desafios para a melhora da qualidade de vida dos municípios de nossa região passa pela educação e o grande objetivo é, justamente, implementar políticas públicas que garantam a permanência de nossos jovens na escola e a melhora constante da qualidade do ensino ofertado. Resta saber o que os municípios e o governo do Estado estão fazendo para melhorar esta condição. A sociedade civil organizada deve se apresentar para participar deste debate.
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