É muito comum algumas pessoas reclamarem que os preços dos combustíveis estão caros e sugerem que há indícios de formação de cartel. Segundo o “Dicionário de Economia on line”, disponível em http://economiabr.net/dicionario, cartel é um “acordo realizado entre empresas independentes umas das outras, com o objetivo de limitar ou suprimir os riscos de concorrência”. Essa prática é criminosa e as empresas condenadas por isso terão que pagar multa de 1% a 30% de seu faturamento bruto do ano anterior.
Mas é muito difícil de comprovar esse crime.
Uma forma é demonstrar que os preços são muito próximos, o que destrói a possibilidade de concorrência via preços.
Quando o produto é homogêneo, como é o caso dos combustíveis, a concorrência se dá praticamente via preços, ou seja, o consumidor irá sempre buscar o fornecedor com o menor preço.
Pois bem, no caso dos combustíveis, em Apucarana e em Arapongas, fica difícil de demonstrar essa prática, pelo menos pela ótica da diferença dos preços. Analisando o levantamento de preços realizado semanalmente pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) verificamos que os preços em Apucarana não são os maiores e que as diferenças de preços não são as menores. Veja tabela abaixo com os dados do levantamento realizado no período de 08 a 14/06/2014.
Calculamos o desvio padrão como porcentagem do preço médio aferido e constatamos que, no caso da gasolina, os preços praticados em Apucarana e Arapongas possuem os maiores valores percentuais de desvio padrão dentre os municípios selecionados. Os menores valores calculados ficaram para os preços médios de Londrina e de Maringá.
Já no caso do etanol o desvio padrão medido para os preços praticados em Apucarana foi o segundo menor, ficando atrás do valor de Cambé. Já Arapongas apresentou o maior desvio padrão como percentual do preço médio.
Com base nos dados é difícil de falar que não há competição via preços em Apucarana e Arapongas. Cabe ressaltar que, atualmente, existem outros elementos que buscam fidelizar o cliente.
Outro fator que temos que considerar são os custos de transação definidos pelo economista Ronald Coase, mas isso não foi abordado no texto. Fica para a próxima.
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