quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Os salvadores da pátria

Em momentos de campanhas eleitorais a população tem que tomar muito cuidado com as promessas e com os compromissos que os candidatos insistem em selar com os eleitores. Independente do cargo a que concorrem muitos políticos ficam jactando que eles são a “salvação da lavoura”.

Agora nos surpreendemos com o debate na campanha presidencial onde um candidato diz que estamos em recessão técnica, pois o país não tem crescimento do PIB por dois trimestres consecutivos e a candidata fala que não estamos em recessão. O mercado financeiro e o FMI dizem que a economia vai crescer somente 0,3% este ano. Um candidato usa isto como crítica e a outra diz que vamos crescer bem mais que isto.

A inflação está no teto da meta e há otimistas que dizem que é impossível reduzi-la sem aumentar o desemprego.

E por falar em desemprego ele não está aumentando, mas a geração de emprego está muito fraca. Para se ter uma ideia, em setembro tivemos o pior desempenho para o mês desde o ano de 2001. Se não bastasse isto a geração de emprego nos meses de junho, julho e agosto foi vergonhosa, ficando bem longe do desempenho dos anos anteriores. Sinal de que a copa do mundo de futebol trouxe benesses somente para a FIFA e para a Alemanha.

A verdade é uma só: a inflação está subindo, a economia não está crescendo e a geração de emprego está arrefecendo.

Não é possível acreditar que a economia brasileira está tendo um bom desempenho. Também não é possível acreditar que tudo de ruim que está acontecendo é causado por uma “crise internacional”.

Pura bobagem. Não tem crise econômica internacional e a economia brasileira está “inspirando cuidados”, sim. Não dá para continuar com essa política econômica míope e medíocre.

Também temos que ter a clareza que não teremos “salvadores da pátria”. Independente de quem ganhar a corrida presidencial, a responsabilidade de colocar a economia sob controle, estabilizando o nível geral de preços e fazendo a economia crescer com a garantia de geração de emprego e renda não será tarefa fácil. Também não se resolverá no curtíssimo prazo.

Não teremos Sassá’s Mutema’s. Os dois próximos anos deverão ser de ajustes fortes. Poderemos ter mais inflação se as medidas corretas de política econômica não forem tomadas. E dependendo das medidas tomadas, poderemos ter mais desemprego.

Não tem fórmula mágica. Juca Pirama já falou. Não tem como Severo esconder seu flerte com Marlene.

Só espero que não seja tarde demais para que as decisões corretas possam ser tomadas. É difícil um país “quebrar”. Mas é possível penalizar a maioria da população por medidas inconsequentes na economia.

Temos que nos preocupar com o futuro próximo, não com o passado, pois como disse Keynes: “a longo prazo estaremos todos mortos”.


segunda-feira, 20 de outubro de 2014

E tem gente que acha que a economia brasileira vai crescer muito em 2014 e 2015


O fraco desempenho do emprego em setembro de 2014


Presença garantida no debate eleitoral, o nível de emprego/desemprego vêm sendo alvo de críticas por parte da oposição, quando afirmam que com o baixo crescimento da economia o país poderá ter um aumento do desemprego e, por outro lado, a situação afirma de forma entusiasmada que o governo enfrentou a crise sem reduzir o nível de emprego.

Em setembro, foram gerados 123.785 empregos formais, 0,30% a mais do que o do mês anterior

O Sumário Executivo publicado pelo Ministério do Trabalho e Emprego que o desempenho do mercado de trabalho formal é "mais favorável, comparativamente aos últimos quatro meses".

Acontece que o desempenho do emprego formal em setembro deste ano foi o pior desde setembro de 2001 e se já não bastasse isto nos meses anteriores o desempenho foi mais fraco ainda, o que demonstra claramente que a economia brasileira está desacelerada.

Em agosto foram gerados 101.425 empregos, em julho somente 11.796 e em junho 25.363. Desempenho muito aquém dos obtidos nos mesmos meses dos anos anteriores, quando os empregos gerados sempre foram bem acima dos 100 mil mensais.

Os resultados recentes espantam, até porque a Copa do Mundo de futebol, segundo o discurso dos seus defensores, iriam aumentar o nível de emprego no país. Pois bem, isto não aconteceu.

Os empregos gerados foram por causa de efeitos sazonais, como as atividades da cana de açúcar, nos principais estados produtores. 

Com isso fica cada vez mais evidente que a política econômica do governo está realmente travando a economia e impedindo a geração de emprego.

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

O que dizer desse gráfico? Depois comentamos.


Comércio varejista apresenta desempenho fraco em 2014

A Pesquisa Mensal do Comércio divulgada hoje (15/10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que comércio varejista brasileiro apresentou um crescimento de 1,1% no volume de vendas no mês de agosto em comparação como mês de julho deste ano. Já para o mesmo período a receita nominal cresceu 1,3%.

Pode até parecer um dado animador, mas quando comparamos a média móvel trimestral temos os resultados de -0,2% para o volume de vendas e de 0,2% para a receita nominal. Este indicador analisa a evolução da média dos três últimos meses com períodos anteriores e pode ser considerado um importante rastreador de tendência. Com isso o comércio varejista não tem muito que comemorar.

Acontece que o mês de agosto é o começo da retomada das vendas após a “paradeira” geral no período da copa do mundo de futebol, onde parece que somente a FIFA e a Alemanha ganharam algo.

A expectativa dos comerciantes é que com as vendas do dia das crianças e com a proximidade do Natal as coisas melhorem e as vendas aumentem para poder manter os seus negócios, pelo menos, equilibrados. Mas a tendência apontada pela pesquisa é de que ainda deve demorar um pouco para as vendas do setor ultrapassar os níveis dos anos anteriores.

Podemos pegar alguns exemplos apontados na pesquisa para demonstrar isso: a atividade de super e hipermercados teve um volume de vendas em agosto de 2014 menor do ocorrido em agosto de 2013(-1,9%), o mesmo aconteceu com os setores de móveis (-7,2%), de eletrodomésticos (-7,6%), livraria e papelaria (-8,9%) e de material de construção (-5,7%).

Por outro lado temos que a receita nominal do comércio teve um crescimento acumulado nos últimos 12 meses de 10,1%, mas temos que considerar que no mesmo período a inflação acumulada foi de 6,51%.

A variação do volume de vendas do comércio varejista acumulou de janeiro a agosto de 2014, uma evolução de 2,9%. O desempenho do setor no estado do Paraná ficou abaixo da média nacional, foi de 2,7%, no mesmo período.  Na comparação da variação do volume de vendas com o mesmo mês do ano anterior, 16 estados apresentaram resultados negativos, dentre eles o do Paraná que apresentou uma redução do volume de vendas de 1,1%.

Muitas medidas ainda deverão ser tomadas para que possamos entrar em 2015 com indicadores melhores e não ter reflexos negativos no nível de emprego.


terça-feira, 14 de outubro de 2014

Ovos nossos de cada dia...

Mesmo considerando a opção de trocar carne bovina por ovos temos, antes, que considerar que o brasileiro já come menos ovos que o resto do mundo. 

Segundo dados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e o Instituto Ovos  Brasil (IOB), o consumo per capita de ovos no Brasil em 2013 foi de 168 unidades. A intenção é de promover o consumo de ovos e aumentar o consumo per capita para 180 unidade por ano, ainda em 2014.

Acontece que o consumo per capita mundial é de 251 unidades anuais, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Entretanto o consumo per capita anual de carne bovina no Brasil é de 43 kg contra 26 kg da média mundial. 

Com esses dados será difícil seguir a orientação do Secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, de substituir a carne bovina por ovos de galinha. A demanda por ovos poderá aumentar muito e o preço aumentar, inviabilizando o efeito substituição.

Carne ou ovo? Eis a questão

Semana passada, ao ser escalado para comentar a alta da inflação em setembro o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, comentou que o brasileiro pode substituir a carne bovina que está com forte alta de preços por outros produtos substitutos e citou frango e ovos.

Se o povo não pode comer carne que comam ovos.

Na verdade ele cumpriu um ditame que todos os professores de microeconomia falam para seus alunos quando a restrição orçamentária de uma pessoa ou de uma família não permite adquirir quantidades necessárias de um produto. Nesse momento é sugerido o efeito substituição, ou seja, substituir o produto por outro. Neste caso seria substituição negativa, pois se trocaria um bem superior por um bem inferior. Isto para os carnívoros, é claro.

Mas será que essa é a alternativa?

Coitado do Holland. Em momento de campanha eleitoral ele virou Judas e a oposição o está malhando.

Acontece que desde janeiro de 2012 até setembro de 2014 o grupo “carnes” na pesquisa do IPCA do IBGE sofreu um aumento médio de 16,6% sendo que a carne de porco subiu 26,5%, o patinho bovino 14,8%, o músculo bovino 21,2%, o acém bovino 23,0% e frango inteiro 22,4%.

Mas para a surpresa de todos os ovos de galinha aumentaram, no mesmo período, 39,3%.

Se a política econômica do governo continuar tão ineficaz no combate à inflação, nos próximos meses teremos que fazer o efeito substituição novamente. 

Resta saber pelo quê teremos que substituir o ovo.


segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Independente de quem ganhar, 2015 vai ser um ano muito difícil

Isso mesmo: independente de quem ganhar a eleição para a presidência da república o ano de 2015 será um ano de ajustes econômicos. Por mais que o candidato critique os programas e projetos da adversária e vice-versa, a receita para tentar combater os efeitos da desorganização econômica vivenciada pelo país nos últimos anos será a mesma.

O PIB não está crescendo de forma significativa, a produção industrial está definhando, a inflação voltou forte e o endividamento do setor público está aumentando. 

O Secretário-Geral da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Angel Gurría, afirmou que é necessária uma melhora significativa da situação fiscal do Brasil. Isto aconteceu na reunião anual do Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo ele, a inflação está acima da meta e deve ser combatida com a manutenção dos juros altos.

Essa deve ser uma das medidas a serem tomadas, sim. Independente de ser governo do PSDB ou do PT. Também deverão efetuar um ajuste fiscal, ou seja, reduzir o volume de gastos públicos para controlar o aumento da dívida do setor público.

Dos indicadores apresentados como ruins, a inflação é o que a população melhor entende seus efeitos. Com o resultado do IPCA de setembro o acumulado dos últimos 12 meses atingiu 6,75%, acima do teto da meta, de 6,5%, já admitidos pela equipe econômica do governo federal como sendo aceitável.

A probabilidade de se extrapolar esse teto é forte, basta verificar que a expectativa de inflação para outubro e novembro são de 0,5% e 0,6%, respectivamente.

A tentativa de segurar a inflação é o governo federal fazer o que alguns estados estão fazendo após a decisão da eleição estadual no primeiro turno: parar tudo.

A inflação está atormentando os trabalhadores e os salários estão, a cada mês, comprando menos produtos, principalmente alimentos. Somente até setembro de 2014 o grupo de alimentação sofreu um aumento médio de preços na ordem de 5,57%, a alimentação fora do domicílio 7,47% e os combustíveis e energia 9,97%.

Pior ainda é que dependendo das políticas econômicas que forem combinadas para 2015, poderemos ter até um aumento do desemprego. O momento é de apreensão e de muita cautela.


Próprios públicos "emporcalhados" pelos usuários

Infelizmente temos que nos deparar com as vias e próprios públicos de Apucarana totalmente emporcalhadas. Sujeira de toda ordem, papéis, garrafas e outras "coisas".
Não tem como o poder público dar conta de limpar tudo isto. As pessoas tinham que ter mais consciência e não jogar lixo nas vias públicas. Será que eles também fazem o mesmo dentro de suas casas?
Uma breve caminhada pelo Lago Jaboti e podemos presenciar sujeira por toda parte.
A limpeza custa caro. Deveriam multar as pessoas que jogam lixo no chão.






Varrição das ruas de Apucarana

Hoje, pela primeira vez, presenciei a empresa contratada pela Prefeitura Municipal de Apucarana varrendo as ruas de meu bairro.

Isto é muito bom.

Entretanto não quero dizer que antes não varriam, somente que antes não se percebia a passagem do serviço de varrição por aqui.

Espero que a Prefeitura fiscalize com rigor a execução do contrato e que a empresa venha a cumprir com a periodicidade contratada com qualidade.

Que não seja uma varrida "psicológica".