Semana passada, ao ser escalado para comentar a alta da inflação em setembro o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, comentou que o brasileiro pode substituir a carne bovina que está com forte alta de preços por outros produtos substitutos e citou frango e ovos.
Se o povo não pode comer carne que comam ovos.
Na verdade ele cumpriu um ditame que todos os professores de microeconomia falam para seus alunos quando a restrição orçamentária de uma pessoa ou de uma família não permite adquirir quantidades necessárias de um produto. Nesse momento é sugerido o efeito substituição, ou seja, substituir o produto por outro. Neste caso seria substituição negativa, pois se trocaria um bem superior por um bem inferior. Isto para os carnívoros, é claro.
Mas será que essa é a alternativa?
Coitado do Holland. Em momento de campanha eleitoral ele virou Judas e a oposição o está malhando.
Acontece que desde janeiro de 2012 até setembro de 2014 o grupo “carnes” na pesquisa do IPCA do IBGE sofreu um aumento médio de 16,6% sendo que a carne de porco subiu 26,5%, o patinho bovino 14,8%, o músculo bovino 21,2%, o acém bovino 23,0% e frango inteiro 22,4%.
Mas para a surpresa de todos os ovos de galinha aumentaram, no mesmo período, 39,3%.
Se a política econômica do governo continuar tão ineficaz no combate à inflação, nos próximos meses teremos que fazer o efeito substituição novamente.
Resta saber pelo quê teremos que substituir o ovo.
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