segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

A morte da nova matriz econômica

Antes mesmo de completar 30 dias do novo mandato da Presidente Dilma já temos indícios claros de que este será totalmente diferente do anterior. A tão badalada “nova matriz econômica” de Guido Mantega ficou velha e já foi sepultada. Esta estratégia se baseava na combinação de juro baixo, taxa de câmbio competitiva e a consolidação fiscal.

Claro que mudanças deveriam ocorrer, pois a economia brasileira sofreu muito nos últimos quatro anos e vários indicadores se deterioraram. Entretanto a “finada” estratégia econômica do governo não disse a que e para que veio. Os juros não impulsionaram o crescimento, a moeda brasileira apreciada causou problemas competitivos para nossos exportadores e expôs nossa indústria aos produtos importados e as políticas fiscais anticíclicas não reduziram a relação dívida/PIB. Um verdadeiro desastre.

Voltamos ao tripé macroeconômico, implantado no governo de Fernando Henrique Cardoso, baseado em meta de inflação com autonomia do Banco Central para persegui-la, câmbio flutuante e responsabilidade fiscal.

Esse começo de segundo mandato está sendo muito “duro” nas medidas de política econômica e, infelizmente, quem vai sofrer mais com elas é quem produz: os assalariados e as empresas de pequeno e médio portes.

As medidas podem até desacelerar a inflação, porém também irão desacelerar o crescimento da economia e aumentar a relação dívida/PIB. Mas se for conduzida com responsabilidade poderemos ter um ano de 2016 com a retomada da melhoria dos indicadores econômicos.

De acordo com o “Relatório de Mercado” divulgado pelo Banco Central as expectativas de mercado refletem essa retomada. Segundo o relatório, em 2015, a inflação deverá ser de 6,67%, o crescimento do PIB será irrisório 0,38% e a dívida líquida do setor público baterá o equivalente a 37% do PIB. Para 2016 espera-se que a inflação reduza para 5,70%, que o PIB cresça 1,80% e que a relação dívida/PIB aumente para 37,4%.

Não deixa de ser uma “leve” melhora. Mas vai depender muito da liberdade que a equipe econômica tiver para implementar as medidas necessárias.

Temos que torcem para que a “Toda Poderosa” não queira assumir as decisões econômicas e venha a “meter os pés pelas mãos”, de novo.

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