Recentemente a Revista Exame divulgou estudo da consultoria Urban Systems, em parceria com a empresa paulista Sator, que apontou as 100 cidades mais inteligentes do Brasil no ano de 2016. Do Paraná figuraram na lista somente onze cidades: Curitiba, Maringá, Foz do Iguaçu, Londrina, Cascavel, Umuarama, Toledo, São José dos Pinhais, Pato Branco, Francisco Beltrão e Cianorte, pela ordem decrescente.
Para classificar os municípios como “inteligentes” o estudo considerou onze áreas: mobilidade, urbanismo, meio ambiente, energia, tecnologia e inovação, educação, saúde, segurança, empreendedorismo, economia e governança, distribuídas entre 73 indicadores. Dentre os municípios paranaenses que figuram na lista Curitiba se destacou nos indicadores de urbanismo e governança e Guarapuava nos de energia.
Segundo o presidente da consultoria Urban Systems, Thomaz Assumpção, as empresas e pessoas preferem estar em cidades que se destacam como inteligentes, ou seja, naquelas que figuram na relação divulgada. O conceito de cidade inteligente, segundo a União Européia, compreende o conjunto de sistemas de pessoas que interagem entre si através da utilização de energia, materiais, serviços e financiamento para atrair o desenvolvimento econômico para sua localidade e promover a melhoria da qualidade de vida de seus moradores.
Com a repercussão da relação nas redes sociais diversas pessoas devem ter se questionado acerca dos motivos que impediram sua cidade de estar no ranking. Algumas respostas já foram antecipadas neste espaço, das quais destaco a incapacidade dos gestores públicos enxergarem além do horizonte temporal de seus mandatos eletivos, a falta de participação da sociedade nas decisões e formulações de políticas públicas e a falta de interação entre o público e o privado.
Sem sombras de dúvidas emprego e renda são fundamentais para que se possa ter qualidade de vida, porém empresas somente se instalam em cidades que possuam infraestrutura adequada para suas atividades. Da mesma forma, os serviços públicos de educação, saúde e segurança combinadas com a disponibilidade de energia e capacidade empreendedora são extremamente importantes para a atração de empresas.
Fácil concluir que para uma cidade ser classificada como inteligente deve haver uma governança eficiente e preocupada com a resposta da seguinte pergunta: aonde queremos chegar? Esta estrutura de governança não pode ser confundida como devendo ser comandada pelos agentes políticos. Todas as instituições públicas e privadas e todos os cidadãos devem estar representados e as discussões devem ocorrer com transparência, igualdade e responsabilidade, as decisões devem ser tomadas por consenso e as ações devem ser desenvolvidas com efetividade e eficiência, tendo as suas respectivas prestações de contas devidamente publicizadas.
Todas as cidades possuem inteligência: a inteligência das pessoas e das instituições. Mas para a cidade ser considerada inteligente é necessário que todos os agentes públicos e privados comecem a discutir o futuro despidos de vaidades e paixões e munidos de interesses comuns, ou seja, um lugar melhor para se viver. Acredito que todos gostem de sua cidade, mas com certeza também acredito que todos gostariam que ela ficasse ainda melhor. E isto somente será possível se todos se unirem neste propósito.
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