domingo, 8 de julho de 2018

Sem rodeios ou meias conversas


O nível de escolaridade, sem sombras de dúvidas, é um requisito fundamental para que uma pessoa tenha uma vantagem competitiva no momento de disputar uma vaga de emprego. Como um critério de escolha seria natural uma empresa escolher candidatos à vaga de emprego considerando o seu grau de instrução.

Na atualidade este é só mais um dos dilemas enfrentados pelas pessoas que estão desempregadas e que procuram um emprego. Por outro lado, temos que considerar o perfil das empresas instaladas que irão demandar tais ocupações.

Tenho acompanhado algumas discussões acerca do assunto e se ouve de tudo um pouco, mas continuo com a opinião de que o ensino profissionalizante é uma alternativa para qualificação mais rápida para o mercado de trabalho. Por isto, é interessante que os jovens optem por uma formação de nível médio que lhes garantam uma formação técnica para tentar se inserir, com mais facilidade, no mercado de trabalho. Desta forma, com o emprego fica mais fácil financiar o curso superior.

E quando se fala em financiar o curso superior é uma referência a qualquer situação de dependência administrativa, pois até no caso de um curso em universidade pública e gratuita é necessário que o aluno tenha recursos para financiar o seu transporte, materiais diversos, livros, assinaturas de revistas, despesas com fotocópias, viagens de estudos, etc. Então não se iludam em pensar que a universidade pública consegue fornecer a gratuidade plena, até porque todas as universidades públicas estão sofrendo cortes em seus orçamentos e muitas mal estão conseguindo operar com o mínimo de condições.

Mas a questão de se fazer um curso técnico que garanta um mínimo de empregabilidade passa pela aderência da formação do curso ao perfil das empresas instaladas no município em que o jovem reside ou mesmo nos municípios da região. Se o objetivo de fazer um curso técnico é a inserção no mercado de trabalho de forma imediata, de nada adiantará um jovem fazer um curso técnico em uma área em que não tem empresas instaladas na região. Vale pelo conhecimento, mas não ajudará a conseguir um emprego imediato.

Muitas pessoas críticas poderão questionar a abordagem deste texto puxando razões ideológicas. Porém, a temática da empregabilidade, termo que é rechaçado por muitos analistas por questões ideológicas, é necessária ser levada em consideração, principalmente para um jovem que precisa se inserir no mercado de trabalho, ou seja, que precisa conseguir um emprego para ajudar no sustento de sua família ou mesmo para que ele consiga adquirir bens e serviços de sua vontade.

Numa breve análise dos resultados do Censo Escolar divulgado pelo INEP, órgão vinculado ao Ministério da Educação, é possível identificar uma forte evasão das séries iniciais para as séries finais do ensino fundamental. O mesmo acontece quando se analisa a transição do ensino fundamental para o médio.

Nossos jovens estão evadindo da escola em todos os níveis e isto terá seus reflexos no momento de procurarem um emprego para seguirem suas vidas. Nos últimos 12 meses cerca de 63% das pessoas que conseguiram um emprego nos municípios da microrregião de Apucarana possuíam escolaridade equivalente ao ensino médio ou superior. Com isto fica nítido que os jovens que estão evadindo da escola terão dificuldades para conseguir um emprego e “seguirem suas vidas”. As autoridades políticas e a sociedade civil organizada não podem deixar de lado a problemática da evasão escolar. É um problema que tem que ser enfrentado sem “rodeios ou meias conversas”.

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