terça-feira, 3 de novembro de 2020

Tudo tem solução

As eleições municipais estão entrando na reta final e os eleitores acionaram o “modo eleição”, pois até há poucos dias a população não estava muito empolgada com o processo eleitoral. Também não é para menos, estamos vivenciando uma pandemia gravíssima juntamente com uma profunda crise econômica que derrubou a atividade econômica mundial e potencializou o desemprego. Com isto, temos que a pobreza e a extrema pobreza estão aumentando.

No curto período eleitoral em que os eleitores estão se manifestando temos a retomada das mesmas demandas e reclamações das eleições municipais anteriores, ou seja, há reclamações sobre a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência aos desamparados.

Isto não poderia ocorrer até porque estes são os direitos sociais expressos na Constituição Federal que todos os cidadãos possuem e que são deveres do Estado. Assim sendo, não é aceitável que as pessoas estejam reclamando da falta de direitos que devem ser supridos pelo setor público. Mas na prática isto é recorrente na grande maioria dos municípios brasileiros.

Neste ano a saúde está mais evidenciada por conta da pandemia, porém a falta de pessoal, de estrutura e de recursos para custeio e investimentos é histórica. Estas deficiências não são novidades nem na saúde e nem nas outras áreas sociais.

A imprensa tem destacado vários episódios de má aplicação ou mesmo de não aplicação de recursos públicos que foram encaminhados para os municípios. Só que os órgãos de controle interno e externo não têm logrado êxito na prevenção destes eventos que se tornam, no jargão deles, como sendo “achados”. Em outras palavras os órgãos de controle fiscalizam e encontram algumas ou várias inconformidades na aplicação dos recursos públicos. E daí?

Pois bem, pode até ser que consigam punir alguns agentes políticos pelos maus feitos, porém o dinheiro que deixou de ser aplicado nas áreas sociais não volta e as pessoas que clamavam pelos seus direitos sociais ficaram com os prejuízos. Alguns até perderam suas vidas, no caso da saúde pública. Outros terão as oportunidades de um futuro melhor reduzidas, no caso da educação. Outros tantos também sofrerão com falta de moradia, lazer, segurança e assistência social.

Mas não pode e não deve ser diferente: temos que escolher as pessoas que deverão administrar as cidades e estas escolhas devem ser pautadas em critérios de competência. Temos que acreditar que há solução para todos os problemas que se encontram postos, sem acreditar em “salvadores da pátria”, até porque não se resolvem os problemas relativos aos direitos sociais no curto prazo. Não tem fórmula mágica. Isto demanda muito tempo, recursos e competências técnicas.

O que estamos presenciando nas eleições municipais é a mesma retórica das eleições anteriores. Os candidatos que estão concorrendo à reeleição justificam o que não fizeram e prometem fazer nos próximos quatro anos. Fazendo o contraponto temos os opositores que também prometem fazer o que não foi feito pelos que administram as cidades.

Muitos poucos demonstram como irão fazer, porém o que é certo é que tudo tem solução e ela passa pela capacidade de gestão. O que os eleitores devem observar não é somente a visibilidade dos candidatos durante a campanha, mas se eles realmente possuem competência para mudar radicalmente nossas vidas. A sociedade não precisa de mais do mesmo, precisa de respeito e responsabilidade dos novos gestores.

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