Se já não bastasse tudo isto ainda estamos vivenciando uma crise hídrica que está encarecendo o preço da energia e uma profunda crise institucional com os representantes do governo federal (em especial o próprio presidente e alguns de seus ministros) proliferando bravatas e verbetes que em nada contribuem para amenizar a atual situação.
Os brasileiros tiveram uma sequência de três crises econômicas: a crise financeira mundial de 2007/2008, a crise fiscal do governo Dilma e a crise da pandemia do coronavírus. Estas crises econômicas pioraram os indicadores econômicos o que alimentou uma crise social de difícil previsão de sua profundidade, haja vista que ainda não temos perspectivas de reversão de seus efeitos perniciosos no curto prazo.
Para agravar tudo isto estamos vivenciando um binarismo comportamental na sociedade de forma geral. Neste caso, temos opiniões políticas polarizadas que se enfrentavam agressivamente no ambiente virtual das redes sociais. Entretanto, este comportamento binário está se tornando cada vez mais real e os enfrentamentos já estão saindo do ambiente virtual e passando para o físico. Nesta linha, os antagonistas estão com discursos carregados de ódio.
E o pior é que boa parte de nossos agentes políticos estão alimentando estes comportamentos e poucos se colocam na reflexão sobre as possíveis soluções. Os que tentam não são auscultados. Se falam em golpe, contragolpe e autogolpe. Independente do formato não deixa de ser um golpe e atenta contra a democracia. Não existe um golpe para preservar a democracia e a liberdade. Se usam estes termos com estas justificativas é porque estão querendo enganar as pessoas.
Diante de toda esta instabilidade política o que estamos vendo é um agravamento da crise econômica e social de nosso país. Passado isto os agentes políticos continuarão com mandos políticos e, independente de qualquer atitude, estarão imunes a punições pelos seus atos irresponsáveis e inconsequentes.
Os conspiradores de plantão não estão nem um pouco preocupados com a situação econômica e social do país, o que interessa para eles é quem irá mandar no país. E quando tudo isto passar o que teremos? É difícil de prever, mas coisas boas não restarão para a população, em especial para os das classes média e baixa.
Olhando as expectativas para o ano de 2022 temos um pequeno crescimento do PIB, inflação se mantendo em patamares elevados e a manutenção da alta desvalorização de nossa moeda frente ao dólar. Esta combinação não é boa e fica pior considerando a instabilidade política que poderá refletir no aumento do risco-país e pressão para o aumento dos juros.
E como a “cereja do bolo” temos que os compromissos orçamentários sinalizados pelo governo apontam para um desequilíbrio nas contas públicas o que irá desencadear novas ondas de desconfiança para com nossa economia por parte dos investidores internacionais.
Realmente é a “tempestade perfeita” para a nossa sociedade. As pessoas que estão compondo as claques extremistas deveriam refletir melhor sobre as reais condições de nosso país ao invés de ficarem pregando soluções violentas para nossa sociedade.
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