Nesta avaliação foram elencados o não cumprimento de promessas na área econômica, como: o programa de renda mínima, redução de carga tributária, alíquota única de imposto de renda, redução de renúncia fiscal e realização de privatizações para redução da dívida pública. Realmente nada disto foi feito. Entretanto, não podemos computar os dois anos, haja vista que o ano de 2020 foi um ano atípico, com uma crise econômica e sanitária combinadas sem precedentes.
Mas nada disto foi iniciado no ano de 2019. Pior, sequer foi discutido. Isto “per se” já é o suficiente para tipificar o governo Bolsonaro como letárgico na área econômica. É claro que outras coisas foram implementadas, entretanto a análise utiliza o que foi prometido e, com base nisto, o governo não cumpriu os seus compromissos para a área econômica.
Pode até ser que em 2021 ou 2022 eles comecem e até terminem de cumprir com os compromissos, porém é muito pouco provável que tenham condições técnicas, conjunturais e políticas para promover tantas mudanças em tão pouco tempo.
O jornalista, ao classificar o governo como o pior parece que se esqueceu do governo Dilma que, para muitos, foi o pior governo da história da república. Mas tem muitas pessoas que consideram o governo Dilma um governo progressista, humano e que cumpriu ao que se propôs. Mas o mesmo pode ser dito do governo Bolsonaro: se para alguns é o pior, para outros é considerado muito bom. Basta ver os índices de aprovação.
Mas o que é certo é que muito pouco se propôs e se fez e muito se falou. Inclusive as falas do presidente, assessores e seguidores sempre se colocaram carregados de posições ideológicas conservadoras tanto na área econômica quanto na parte humana.
Pois bem, considerando os índices de aprovação do governo Bolsonaro não podemos afirmar que é o pior governo da história da república, porém os compromissos alardeados devem ser cumpridos para que nossa economia possa retomar o crescimento econômico. Tarefa difícil após um ano de 2019 com crescimento muito baixo e com a retração de cerca de 4,4% em 2020. A economia irá crescer nos dois próximos anos, desde que não ocorram novos eventos imprevisíveis, mas não serão suficientes para dizer que o governo Bolsonaro foi bom neste mandato na área econômica.
Similarmente ao governo Dilma o de Bolsonaro enfrentou déficits fiscais gigantescos, porém uma parte deste déficit é consequência do flerte do governo Dilma com a irresponsabilidade fiscal. Mas o déficit foi intensificado em 2021, e não poderia ter sido diferente, para garantir os auxílios emergenciais para diversas categorias de trabalhadores e empreendedores. Porém há um interesse dos agentes políticos de manterem os gastos excessivos, o que poderá dissolver qualquer chance de sucesso do governo na área econômica.
A situação do governo Bolsonaro com relação a área econômica é muito delicada, porém classifica-lo como sendo o pior governo da história é um pouco de exagero. Teremos que aguardar as próximas ações do governo. Por enquanto podemos dizer que está um pouco melhor que o de Dilma. Na pior das hipóteses um empate técnico. Tudo se mostrará nos próximos meses. Resta-nos torcer pelo melhor.
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