Muitas pessoas podem dizer que é “melhor tarde do que nunca”, porém este atraso nas ações para gerar crescimento econômico e amenizar o desemprego deixam sequelas, uma vez que vulnerabiliza parcela significativa dos brasileiros. Nos primeiros dias do ano a expectativa mediana de crescimento da economia estava em 0,29% para o ano de 2022 e em 2% para os anos de 2023 e 2024. As expectativas acerca do desempenho da economia para o ano de 2022 melhoraram e atualmente a mediana está em 1,85%. Já para os anos de 2023 a expectativa mediana está em 0,5% e se mantém em 2% para 2024.
Com a melhora da economia neste ano temos que o nível de desemprego também melhora, ou seja, tende a ser menor. E isto já está se consolidando, uma vez que a taxa de desemprego estava em 11,2% no começo do ano e já reduziu para 9,8% em maio. A expectativa é de que continue neste nível até o final do ano, mas poderá reduzir um pouco mais por conta das medidas de incentivo ao consumo do governo federal.
Com a ampliação dos valores e abrangência do Auxílio Brasil e o pagamento de auxílios para caminhoneiros e taxistas ocorrerá um aumento da demanda agregada por conta do volume de recursos que serão injetados na economia. Isto potencializa o crescimento econômico e abranda o desemprego de um lado. Por outro lado, o aumento da demanda agregada manterá a demanda aquecida em relação à oferta e os níveis de preços continuarão altos.
A inflação fechará o ano de 2022 bem acima do teto da meta, que é de 5%. A expectativa atualizada é que a inflação encerre o ano em torno de 7,5%. Mas os reflexos das medidas atuais devem ser observados e analisados com seus efeitos para os próximos anos. As expectativas para a inflação para os próximos anos já indicam que excederá o teto da meta para o ano de 2023 e já estão acima da meta para o ano de 2024.
Com mais inflação e menos crescimento econômico nos próximos anos é esperado um desemprego maior do que o atual e já se projetam taxas de desempregos acima de 10%. É claro que estas projeções consideram o quadro atual e a ausência de novas medidas. As medidas implementadas neste ano resolverão os problemas sensoriais neste ano, mas deixarão um endividamento público maior para os próximos anos combinados com uma inflação elevada e a manutenção dos juros reais também elevado. Isto reduz o investimento no setor produtivo e não colabora para a redução do desemprego.
É importante termos soluções para os problemas econômicos e temos que concordar que o governo está buscando tais soluções. Com muito atraso e de forma atrapalhada, mas estão tentando amenizar os problemas econômicos.
E o que devemos esperar para o futuro próximo? Pois bem, as expectativas apresentadas apontam para a manutenção do quadro atual. E este quadro poderá ser agravado com a continuidade do conflito entre Rússia e Ucrânia, com a redução do crescimento chinês e com uma possível situação de estagflação nos Estados Unidos.
Somente os nossos problemas já são suficientes para apontar um futuro próximo turbulento. Só que, para nossa infelicidade, dependemos da situação dos outros, que também não está boa.
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